ComPrometo-Me emerge de uma experiência de estágio, em contexto de acolhimento residencial, onde se explora a parentalidade transformativa a partir da mediação sociofamiliar
Criar espaços de convivialidade, de diálogo e (auto)reflexão crítica, promotores do desenvolvimento de competências parentais
Contribuir para o envolvimento responsável partilhados e (colabor)ativo das famílias na vida das suas crianças/jovens acolhidos
Desenvolver a parentalidade transformativa a partir da mediação sociofamiliar
Ampliar as respostas multidisciplinares das instituições de acolhimento
Missão
ComPrometo-Me tem como objetivo essencial explorar os princípios da mediação sociofamiliar e da parentalidade transformativa, através de dinâmicas online que enriquecem e ampliam dinâmicas presenciais no acompanhamento de famílias cujas crianças/jovens se encontram em situação de acolhimento residencial
É nossa convicção motivar as famílias a comprometerem-se (educ)ativamente com os seus filhos, por forma a garantir o envolvimento e a criação de relações respeitadoras e colaborativas na tríade criança-família-instituição
Visão
Para compreendermos melhor...
A mediação é...
... um [processo] método alternativo de resolução de conflitos, mas também é entendida como um processo social e educativo, capaz de transformar os indivíduos e as situações que os envolvem
É uma mais valia numa diversidade de contextos e situações...
... como é o caso das Casas de Acolhimento
Nas Casas de Acolhimento, a mediação permite trabalhar e (re)fortalecer as relações familiares e as relações com a própria a instituição
[(Magalhães, L.; Silva, A. M. C. & Almeida, A. T. (2016). A mediação sociofamiliar no âmbito do acolhimento residencial. In A. M. C. Silva; M. L. Carvalho & L. R. Oliveira (Eds.) Sustentabilidade da Mediação Social: processos e prática (pp. 119-128). Braga: CECS.)]
A mediação sociofamiliar...
...valoriza o envolvimento da família na vida dos mais novos e a (re)unificação familiar
A parentalidade transformativa valoriza e fundamenta-se em princípios da mediação sociofamiliar
O mediador...
Colabora com as instituições de acolhimento, organiza ambientes facilitadores da comunicação e da boa conviabilidade, e explora ações para a transformação de comportamentos e desenvolvimento de competências transversais
Colabora na capacitação e exploração de oportunidades
facilitadores do desenvolvimentos das familiares e dos profissionais
Valoriza a comunicação e a escuta ativa, propõe (auto)reflexões e cria espaços de diálogo e (auto)questionamento
É imparcial, empático, persistente, paciente, ouvinte, respeitador e criativo
Combate comportamentos padronizados,
descaraterizadores das singularidades de cada familiar
[(Silva, A. M. C. (2018). O que é mediação? Da conceptualização aos desafios sociais e educativos. In M. A. Flores; A. M. C. Silva & S. Fernandes (org.), Contextos de Mediação e de Desenvolvimento Profissional (pp. 17-34). Santo Tirso: De Facto Editores.)]
A Parentalidade Transformativa
...surge da fusão de dois constructos...
Parentalidade
Aprendizagem transformativa
A parentalidade refere-se ao desempenho do papel parental, enquanto mãe e/ou pai, e integra um conjunto de ações que visam promover o desenvolvimento dos filhos da forma mais plena possível
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1. Compete aos pais, no interesse dos filhos, velar pela segurança e saúde destes, prover o seu sustento, dirigir a sua educação, representá-los, ainda que manuscritos, e administrar os seus bens
A aprendizagem transformativa é um processo neutro e contínuo que implica os sujeitos nas suas relações interpessoais e no seu meio envolvente, de forma (particip)ativa e educativa. Por recurso à aprendizagem transformativa reorganizam-se sistemas, transformam-se perspetivas e trabalha-se no sentido de tornar os contextos e as relações interpessoais mais inclusivas
...que em fusão nos permitem apresentar um novo constructo...
Parentalidade transformativa
A parentalidade transformativa perceciona-se como um constructo dinâmico e evolutivo que, configurado, por um lado, pela mediação e o seu potencial para gerar ambientes facilitadores da comunicação, capacitação e (re)valorização das pessoas e, por outro, pelos princípios da mediação sociofamiliar orientados para o (re)fortalecer e enriquecer o envolvimento afetivo dentro das famílias em situação de acolhimento residencial, visa a criação de espaços responsáveis, seguros e inclusivos, espaços de consciencialização, envolvimento e motivação parental.
A parentalidade transformativa explora formas de comunicar com e pelas famílias e ambiciona a identificação e transformação de comportamentos de risco, para promover relações inclusivas, responsáveis e compreensivas na tríade familiares-criança/jovem-instituição
Parentalidade transformativa
Parentalidade positiva
Explorada pela Psicologia
Explorada pela Mediação
A parentalidade positiva preocupa-se com o respeito e a garantia dos direitos fundamentais das crianças e prevê um papel parental equilibrado, nem permissivo, nem autoritário, onde o foco são as crianças e onde predominam responsabilidades e comportamentos positivos que visam o desenvolvimento de competências estruturantes da personalidade dos mais novos, associadas à positividade e à resiliência. Prevê-se que, na relação progenitor/criança, a figura parental adote uma postura de maior relevância, assentando na premissa de que a criança é a única da relação que usufruirá das aprendizagens/conexões positivas
A parentalidade transformativa pretende que a figura parental tome consciência de que tem um papel de relevado valor e responsabilidade no exercício da parentalidade, que essa responsabilidade é partilhada, garante e respeita os direitos da criança e só conseguirá transformar os comportamentos parentais se se compreender que é também a partir do(s)/da(s) filho(s)/a(s) e das interações que se estabelecem, que se conseguirá construir a capacitação e, consequentemente, transformar a atitude parental. Desta forma, respeitam-se princípios da mediação associados à criação do comum, de forma (cri)ativa e democrática, onde todos os envolvidos tiram vantagem do relacionamento/interações e do desenvolvimento das competências parentais
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1. Pais e filhos devem-se mutuamente respeito, auxílio e assistência
A Mediação e a Parentalidade Transformativa em contexto de acolhimento residencial
Estimulam espaços
naturais de confiança, consciencialização, reflexão crítica e empoderamento
Facilitam a comunicação na interação entre a familia, a criança/jovem e a instituição
Os próprios familiares têm interesse em participar em espaços de partilha
e compreenção
Permitem que a família transforme os seus comportamentos e tomem consciência de si, das situações e das suas relações
Motivam a participação e o envolvimento da familia no desenvolvimento integral das crianças/jovens, assegurando-lhe os seus direitos
Os espaços de mediação onde se desenvolve a parentalidade transformativa vão, por um lado, enriquecer o trabalho desenvolvido pelas equipas multidisciplinares em Casas de Acolhimento, naquele que é cumprimento do regime de execução do acolhimento residencial e, por outro, facilitar a comunicação, o desenvolvimento de comportamentos responsáveis onde comprometo-me, assumo formas inovadoras e sustentáveis, a partir de um processo de autoconhecimento e de reflexão sobre as situações em que se inserem, por forma a promoverem a emancipação na família naquelas que são as suas competências e responsabilidades parentais